Fonte: topnoticias.com.br |
Mas o que isso tem a ver com as eleições? Bom, o que vemos é que os irmãos se envolvem até em uma aposta de férias pagas pelo pleito na cidade. Parece mluco, mas na nossa realidade (a brasileira), é bem condizente. O que mais vemos é gente trocando seu voto por um cargo, ou pelo cargo de um parente, por dentaduras, enxadas, enfim, muita gente troca seu voto por algo material, não ideologia.
Créditos na imagem. (E antes de qualquer mimimi, isso existe para TODOS os partidos. O passado esta aí pra te mostrar.) |
Vamos fazer uma comparação com um país onde a liberdade é muito praticada, mas pouco debatida, nas palavras de vários sociólogos, os Estados Unidos da América. Os EUA se tornaram independentes em 1776 (e reconhecida em 1783), ou seja, 231/238 anos. Nesse tempo, apesar de eleições, nos EUA negros e mulheres só puderam votar à partir dos anos 60. Ou seja, uma eleição pode ter peso, representatividade e regularidade a níveis regionais e nacionais a "apenas" 50 anos, embora a prática venha de quase dois séculos.
Nós, no Brasil, embora tivéssemos conseguido a liberdade de voto aos negros e as mulheres na década de 1930, só conseguimos que os analfabetos pudessem votar após a constituição de 1988. o que inviabilizou o livre acesso ao direito do voto. (O raciocínio é melhor desenvolvido nesse artigo, no que tange especificamente a população negra).
Ainda assim, mesmo existindo eleições no período colonial e no Império, Ou seja, do século XVI até hoje, podemos pensar em eleições com voto secreto apenas apos o Código eleitoral de 1932, e eleições realmente amplas e diretas apenas apos 1989, ou seja, 26 anos.
Tendo em vista que, no século vinte, passamos por duas ditaduras (entre 1930 e 1945, e entre 1964 e 1989 - sim, porque entre 85 e 89 o então presidente Tancredo, que não assumiu e de fato fora José Sarney, foi eleito de maneira indireta) totalizando 39 anos, mais os primeiros trinta anos de republica velha/café com leite, fica difícil defender o habito do voto livre no Brasil antes de 1989, mesmo no hiato entre as duas ditadura em questão, visto as questões excludente a população negra (em sua maioria na época analfabeta e, por isso, não votante na época).
Toda essa confusão posta, resta dizer que nossa democracia ainda engatinha e, aliada ao nosso elitismo e a forte tendencia que os brasileiros tem de agirem como PIBs, é que presenciamos ainda os descalabros de incitação ao ódio, discriminação a minorias e o comportamento de hooliganismo nas redes sociais.
Também por isso, presenciamos campanhas eleitorais tão voltadas a marketing e mídias sociais, com poucas propostas, algumas elaboradas poucos dias antes do pleito. Por isso enfrentamos debates entre candidatos onde a tônica é a agressão. Por isso, nós escolhemos nossos candidatos como escolhemos um time de futebol, ou pelos títulos, ou por "quem parece que é menos corrompido".
Não elegemos propostas, não elegemos rumos econômicos e a principal consequência disso é a retração cultural e social em que vivemos, onde minorias precisam gritar por seus direitos mais básicos diariamente. Simplesmente porque as pessoas ainda não maturizaram a democracia em seus pensamento, porque não entendem que um estado que atenta contra os direitos de uma pessoa pode acabar fazendo isso com QUALQUER pessoa.
Mas é claro que estamos melhorando, e tenho um pouco de fé (mas me falta paciência) nisso. Se em 1989 elegemos um presidente com um debate manipulado, em 2014, conseguimos derrotar uma das principais inimigas da democracia: a mídia, que sempre elegeu seus candidatos e, esse ano, aparentemente, não conseguirá, mesmo alterando sua postura para parecer mais neutra. Mais aqui e aqui.
Espero que em 2018, quando poderei votar para presidente (não pude transferir meu título em tempo hábil esse ano, devido minha transferência), tenhamos mais uma sensível evolução. Quem sabe, além de propostas, posso me livrar dessa tendência de familiarização na política, como o que ocorre aqui no nosso Paraná.
(Pra quem não sabe, o pai do atual governador era José Richa, que governou o PR entre 1983 a 1986, senador entre 1970-73, 1978-82 e 1987-1995. Ele foi influência para os irmãos Álvaro Dias, senador do PR desde 1982 até os dias atuais e governador do Pr entre 1986 e 1989; e Osmar Dias, senador do PR de 1995 a 2011, além de também ter como seu aliado no início Roberto Requião, senador entre 1995 e 2002 e de 2011 até os dias de hoje, além de 3 mandatos como governador, de 1991 a 1994 e de 2003 a 2010. Esses mandatos foram pelos partidos PMDB, PSDB e PDT. Não vou entrar no mérito do que cada um fez, ou dos escândalos envolvidos, mas os cito para exemplificar como nosso estado tem sido governado pelos mesmos círculos nos últimos trinta anos. Basicamente, três famílias envolvidas diretamente no governo do estado há pelo menos 35 anos.)
#goodluckforus
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