O Brasil e a Pobreza Extrema que encolheu
Na atualidade brasileira se discute qual o papel do
Estado no combate à pobreza [1]
e na sua atuação efetiva sobre os fatores que contribuem para a proliferação e
a permanência de muitos na miséria extrema. No entanto, a pobreza no Brasil [2]
é de caráter histórico e sociológico, estrutural e moral.
Como relata Barros:
A pobreza, evidentemente, não pode ser definida de
forma única e universal. Contudo, podemos afirmar que se refere a situações de
carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de vida
condizente com as referências socialmente estabelecidas em cada contexto
histórico. Deste modo, a abordagem conceitual da pobreza absoluta requer que
possamos, inicialmente, construir uma medida invariante no tempo das condições
de vida dos indivíduos em uma sociedade. A noção de linha de pobreza equivale a
esta medida. Em última instância, uma linha de pobreza pretende ser o parâmetro
que permite a uma sociedade específica considerar como pobres todos aqueles
indivíduos que se encontrem abaixo do seu valor (cf. BARROS, 2000, p.124).
Mas, o que se deve fazer quando 16 milhões dos brasileiros [3] vivem em miséria extrema, ou seja, 8% da população do país vivem com renda familiar com menos de 70 reais por mês? Pessoas e mais pessoas vivem em casas improvisadas sem acesso a serviços básicos, como alimento, água potável, energia elétrica, saúde, educação ou até mesmo sem casa própria (casa própria no sentido original do termo, sem contar as ocupações), nas ruas, embaixo de pontes, ou como em alguns lugares de São Paulo nas calçadas. Brasil, “um país de todos” que se torna cada vez mais desigual.
Disponível em: www.google.imagens.com |
Mas, o que se deve fazer quando 16 milhões dos brasileiros [3] vivem em miséria extrema, ou seja, 8% da população do país vivem com renda familiar com menos de 70 reais por mês? Pessoas e mais pessoas vivem em casas improvisadas sem acesso a serviços básicos, como alimento, água potável, energia elétrica, saúde, educação ou até mesmo sem casa própria (casa própria no sentido original do termo, sem contar as ocupações), nas ruas, embaixo de pontes, ou como em alguns lugares de São Paulo nas calçadas. Brasil, “um país de todos” que se torna cada vez mais desigual.
O que fazer quando pessoas
vivem, sem ao menos uma refeição diária de 1.700 calorias (definição de pobreza
pela FAO [4])?
Quando que para SEPAL [5]
o limite seria de 2.200 calorias por dia? Enquanto que para a ONU [6]
pobre é quem ganha menos U$ 1, 25 dólar por dia, um pouco mais de R$ 2, 00
reais? Enquanto que para UE [7]
pobre é aquele que ganha no máximo 60% da renda média da população do país [8]?
No Brasil MDS [9]
define como pobre aquele que ganha até R$ 140 reais por mês, ou seja, 28
milhões de brasileiros vivem nessa condição. Sendo que estariam na condição de pobreza
extrema aqueles que ganham até R$ 70 reis por mês, são 8% da população do país
que vivem nessas condições. Sendo que 56% dos qualificados como extremamente
pobres vivem no nordeste brasileiro e do ranking dos municípios mais pobres do
país vinte seis estão localizados no Maranhão [10].
No Brasil 4 de cada 10 pessoas na extrema pobreza são
crianças. Dos 16 milhões em extrema pobreza 70% são afrodescendentes, sendo que
no ultimo nível estão às mulheres negras e mães solteiras.
Como cita Barros, “a desigualdade, em particular a
desigualdade de renda, é tão parte da História Brasileira que adquire fórum de
coisa natural” (cf. BARROS, 2000, p.131). Naquele tempo, tanto “no Império
como na República, foram excluídos os pobres (seja pela renda, seja pela
exigência da alfabetização), os mendigos, as mulheres, os menores de idade, as
praças de pré, os membros de ordens religiosas. Ficava fora da sociedade política
a grande maioria da população” (cf. CARVALHO, 1987, p.45). O povo
participava da política por outra via, fora dos canais oficiais “através de
greves políticas, de arruaças de quebra-quebra”... (cf. CARVALHO, 1987, p.90).
A estrutura da pobreza no Brasil, no limiar do século XXI, não é um país pobre, mas um país extremamente injusto e desigual, com muitos pobres. A Desigualdade que atravessou impassível o regime militar, governos democraticamente eleitos e incontáveis laboratórios de política econômica, além de diversas crises políticas, econômicas e internacionais. No entanto, para erradicar a pobreza no Brasil é necessário definir uma estratégia que confira prioridade à redução da desigualdade (cf. BARROS, 2000, p.141).
Com as estratégias iniciadas pelo Governo Federal na
criação do Programa Bolsa Família com a criação da lei n. 10.836, de 9 de
janeiro de 2004 [11], pelo então presidente da
República Luiz Inácio da Silva, o Lula. Houve uma maior proporção e intensidade nos projetos sociais e, consequentemente, a queda nos índices de pobreza em todo o território nacional.
Por fim, com isso o Brasil tem ganhado vários prêmios como, em Washington, como um dos ganhadores do prêmio World Food Prize [12] de 2011. Houve, também, o pronunciamento da ONU de que o país havia conseguido reduzir a pobreza extrema em 75% entre os anos de 2001 a 2012, aponta pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O Mapa da Fome 2013, que analisa a questão da insegurança alimentar no mundo todo foi apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Roma, na Itália, e mostra que o Brasil é um dos países que conseguiram superar a fome extrema.
Disponível em: www.google.imagens.com, pesquisa da FGV 1992-2011. |
Por fim, com isso o Brasil tem ganhado vários prêmios como, em Washington, como um dos ganhadores do prêmio World Food Prize [12] de 2011. Houve, também, o pronunciamento da ONU de que o país havia conseguido reduzir a pobreza extrema em 75% entre os anos de 2001 a 2012, aponta pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O Mapa da Fome 2013, que analisa a questão da insegurança alimentar no mundo todo foi apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Roma, na Itália, e mostra que o Brasil é um dos países que conseguiram superar a fome extrema.
Por: Caio Murilo de Souza, graduando em História pela
Universidade Estadual do Norte do Paraná.
REFERÊNCIAS
FAUSTO,
Boris. História do Brasil. 2 ed. São
Paulo: USP, 1995.
BARROS, Ricardo et al. Desigualdade e pobreza no
Brasil, retrato de uma estabilidade inaceitável. Revista Brasileira de Ciências
Sociais, vol. 15, n.42, 2000.
CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados, o Rio de Janeiro e a República que não foi.
São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
[1] A desigualdade no Brasil é
a menor dos últimos 50 anos, mas o cenário ainda precisa de mudanças, pois
continua a ser o país mais desigual do mundo.
[2] No Brasil 12 milhões de
famílias recebem ajuda de programas sociais do governo.
[3] Para ser mais exato
16.197.297 brasileiros.
[4] Órgão das Nações Unidas
para agricultura e alimentação.
[5] Comissão Econômica para
America Latina e Caribe.
[6] Organização das Nações
Unidas.
[7] União Europeia.
[8] Se fosse avaliado isso na
Dinamarca o pobre do Brasil ganharia 2, 500 reais por mês.
[9] Ministério de
Desenvolvimento Social.
[10] No Estado do Maranhão a
cada quatro habitantes um vive em extrema pobreza.
[11] cf.<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.836.htm>.
[12] O World Food Prize existe desde 1986, e premia pessoas
que tiveram contribuições extraordinárias para o fim da fome no mundo. Seu
criador foi o cientista americano Norman E. Bourlag, vencedor do Prêmio Nobel
da Paz em 1970.
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