Confesso que pensei muito sobre como começaria a escrever.
Muito mesmo.
Acompanho a carreira do diretor a algum tempo. Sempre que há algo novo relacionado à Christopher Nolan, eu me
interesso. Estendo isso a seu irmão, que é um roteirista competente, Jonathan Nolan.
O trabalho do diretor com o homem morcego, no filme o Cavaleiro
das Trevas, catapultou-o ao status de “deus”. Injusto afirmar isso naquele momento e, a cada novo filme,
isso se prova o contrário. Ainda há diversos aspectos que precisam ser melhorados, refinados.
Já afirmo que Interestelar está longe de ser um filme ruim.
Sua produção, no que diz respeito a parte técnica é muito
boa, abusando de efeitos práticos em uma era de chromakeys.
O que já torna o filme diferente de grande parte dos
blockbusters.
O “cast” é competente, e é claro que há alguns atores que se
destacam, em especial o nosso personagem principal e protagonista: o
agricultor, piloto e explorador Copper(Matthew McConaughey provando, em mais um
papel, o ator versátil que é).
Ele carregara o filme. Ou melhor, pilota.
Sobre a história: estamos em um futuro próximo, onde nosso
planeta sofre com uma praga indecifrável. A humanidade se fechou em seu
planeta, e desacredita completamente no desbravamento de planetas.
Mas antes de ser se tornar um filme sobre buscar esperanças,
ele é um filme sobre família, afinal foi escrito, inicialmente, para ser um
filme de Steven Spielberg.
O filme é claramente dividido em 4 partes, e as três primeiras
mantém a qualidade alta, com um ritmo fluído. Só que os problemas já aparecem neles.
Há um excesso explicações, como em outras obras. Ideias são
marteladas em excesso, não deixando que o filme respire, tratando em alguns
momentos o espectador como incapaz, em minha opinião. Momentos que deveriam
apenas demonstrar fatos recebem diálogos explicando para todos o que aquilo
representa.
Não pense que acho errado explicar o que está sendo
apresentado, mas é visivelmente mal trabalhado.
Porém, esse não é nem de perto o maior problema da obra.
Seu último ato é covarde, fazendo uso dos clichês d'A Jornada do Herói.
Stanley Kubrick rebateu as pesadas criticas a 2001: Uma Odisseia
no Espaço, dizendo que Michellangelo nunca havia explicado a capela sistina.
Embora ache essa afirmação um pouco arrogante, prefiro essa à de Nolan, que
subestima o espectador.
Talvez se sua soberba fosse menor, sua obra não passaria por
esses problemas. O filme poderia tranquilamente se encerrar no término da
terceira parte.
Felizmente, o saldo ainda é positivo para o diretor, e o
filme merece ser visto no cinema, de preferência em telas gigantes.
Nota: 3.5 - Bom para Muito Bom (0 à 5)
Tags: crítica, Ficção, Filme, Interestelar, Interstellar




Postar um comentário