Apresentações me destroem... Sabe quando você está em uma festa e vê alguém legal, e resolve puxar conversa? Pois é nessa hora que eu morro, pois ao invés de dizer que meu nome é Flávio, tenho 32 anos, sou pai, e isso é mais foda sobre mim, sou Professor formado em letras, que sou esquecido, de ter pavor a barulho na cozinha, cito Platão sem nunca ter lido a obra toda, e de avisar pra não tocar no meu  violão, eu vou acabar te contando uma história e me afastar sem que ninguém perceba e muito menos saiba quem eu sou.

Tenho um humor ácido o suficiente para derreter qualquer predisposição a conversas coloridinhas, arrumadinhas e quadradinhas; sou um cara normal, não sonho em ser astronauta, e nunca fugi de casa com um cabo de vassoura no ombro e uma trouxinha na ponta; não sou frio, mas costumo ser realista, e ainda assim, acredito num mundo melhor, numa sociedade mais justa, livre de posicionamento políticos ou econômicos, se me perguntarem como isso pode se dar não vou saber responder, mas sei que pode.

Acredito no amor, não só no amor conjugal, mas no amor como força, ouvimos um milhão de vezes o refrão que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã” e ainda não entendemos, ou se entendemos não o colocamos em prática, enquanto não aprendermos que o amor não é um sentimento, mas sim um compromisso com o outro que nos cerca, não vamos conseguir evoluir mais.
 
Acredito em Deus, não posso me limitar a pensar que somos o topo de algo que nem vislumbramos, mas sou filho de Lampião, incomodo-me com o que acomoda.

Sou casado com a literatura, acredito na teoria dos livros, e todas as noites imaginando histórias onde estão juntos todos os personagens de todos os livros da minha estante num único enredo; por outro lado sou amante das artes visuais, é incrível a capacidade dos seres de transmitirem mensagens tão amplas numa tela sempre singular.

Reconheço que somos poeira, mas mesmo o menor grão pode fazer o mais forte dos homens verter lágrimas sem motivo.

Candangando agora...